21 de outubro de 2011

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Não tem como lutar contra isso.
Eu tento, mas em cada canto pra onde eu olho eu vejo nós dois... A televisão ligada não prende um minuto da minha atenção, porque na minha cabeça estamos nus... Língua, suor, pele.
E eu tento não ficar pensando, mas o desejo é muito maior.
Se eu fechar os olhos agora, você está sobre mim e eu me agarro ao seu corpo num movimento tão conhecido, tão fácil, mas que muda de intensidade violentamente. E posso me ver jogando a cabeça pra trás, de olhos fechados, mas relutando em ficar assim só pra que eu possa ver seu rosto: também de olhos fechados, lábios separados por um gemido...
No chão você está deitado enquanto eu te prendo em mim. Beijo sua boca, seu pescoço, seu peito... E você faz o mesmo comigo.
Mas eu tento não pensar.
Desligo a tv, vou tomar um banho, mas não resolve.

Agora você está no chuveiro comigo, me beijando, me prendendo num pequeno espaço entre a parede e os seus braços para que eu tenha somente um lugar pra onde ir... Pra você. E você dentro de mim.

Penso que só agora aprendi a diferenciar tesão e desejo.
Meu tesão eu mato sozinha ou com um outro cara.

Mas esse desejo tem seu nome, tem seu gosto.
E ele não passa.

20 de outubro de 2011

E o que fica

Basta ele aparecer, por vontade própria, com uma conversa amiga pra sua vida girar.
Entre tantas personalidades dele, essa é a que você conheceu, essa é a que você ainda ama.
E entre amenidades e a amizade fingida, pelo menos da sua parte (sim, porque o que você sente não é só isso...) você fica achando pistas em frases soltas de que ele ainda a ama e de que essa aproximação não foi tão casual assim.

Talvez você esteja se enganando e essa situação é a mais provável, porque você mesma já se enganou e se iludiu muitas outras vezes por ele. Quem sabe você não seja só um escape pra ele, alguém que ele sabe que vai ouví-lo e que se sujeita a determinadas coisas...
Você não perdeu a capacidade de se apaixonar, mas o mais incrível é que você se apaixona, muitas vezes, sempre pela mesma pessoa.